segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O que fiz da vida?



Um dia, estava perdida nos meus sentimentos, perdida no meu corpo, perdida no espaço. Olhando por todo o redor e não enxergando nenhuma estrada para caminhar sobre.
Além disso, eu tinha uma tormenta, que mesmo com infinitas tentativas não me deixava, como uma sanguessuga que insistia em me enfraquecer. E eu também nunca soube ao certo se queria que ela fosse embora mesmo ou não - Em alguns momentos como agora, ainda penso se queria mesmo -.
Então, resolvi que era melhor fugir, largar tudo, recomeçar do zero. Fugir de qualquer sentimento que me ocupasse sem que eu quisesse, de cada preocupação que me atormentasse, de cada monotonia dessa vida. Buscar uma experiência que me transformasse, que realmente mudasse minha vida sem que eu dependesse de um segundo alguém para tal.
Hoje, há pouco menos de 07 meses do esperado dia me brotou no peito o desespero. É a primeira vez na minha vida que não consigo fazer planos para o futuro, logo eu que sempre fui tão insuportavelmente sonhadora. Com planos tão infantis e inocentes. E essa primeira experiência tem sido maravilhosamente desesperadora para mim.
Encontro-me em um momento cercado de "E se's". E se eu ficasse? E se eu desistisse agora? E se não der certo? E se eu não voltar nunca mais? Acompanhado de um terrível "Será que fiz a coisa certa?". Tenho amigos próximos que dizem que eu não volto mais.
Parece que daqui por diante, tudo pode acontecer na minha vida, nada pode acontecer. Agora me caiu a ficha do passo ousado que dei, poderia alugar um apartamento, comprar um carro, ir morar com amigos, mas resolvi mudar de país, de vida, de destino, se é que ele existe. A vida tem me mostrado o quanto é complexo acreditar em alguma coisa.
Isso tudo pode ser um grande exagero e drama da minha parte, ou eu posso estar extremamente certa sobre cada coisa que eu escrevi, não dá para ter ideia do que virá pela frente e isso que é mágico e maravilhoso. Daqui por diante a vida só tende a me surpreender, e eu resolvi abrir os braços para isso e fechar os olhos para os questionamentos atormentadores da vida.

"Partir é a fuga da semântica para confundir a perda [...] O pior é que eu já deveria ter partido pra outra, mas parte de mim insistiu numa tentativa de me encontrar em você. Chegadas ou partidas não resolveram minha saudade de mim. Preciso voltar para onde eu nunca deveria ter partido. Juntar os cacos partidos do meu orgulho e partir para uma vida nova.
[...]
Assim como você, também partirei. Seguirei o rumo das minhas incertezas e sem partir nada nem ninguém. Partir hoje para chegar amanhã, sempre partindo para encontrar a melhor parte de mim. Parto e não volto. Sempre em frente, torcendo para que nunca mais eu possa te ver partir." Chico Garcia em http://chicogarcia.blogspot.com.br/2013/09/partir.html 

Good luck to me! o/