Feliz aniversário ao nosso amor, ao menos ao meu. Parabéns ao sentimento que não floresceu depois de ser encharcado por um regador transbordando orgulho. Parabéns a você, incapaz de parar por um minuto em seu atarefado dia para ouvir seu coração, ou incapaz de largar a sua cerveja barata de festas promíscuas para entrar em sintonia aos meus pensamentos. Ah... meus pensamentos, sempre perturbando minha confusa mente como agora. Confusão... lembro-me que esta foi a justificativa tua para não pensar em nós. Confusão maldita, tirando meu sono e anestesiando o teu.
Nesta data, que queima em minha memória e enche meu rosto de rubor com o sangue quente que circula por ele. Ainda lembro de cada detalhe, de cada gole de cerveja, de cada música e de cada beijo. Em uma noite totalmente desencanada, surge um elegante príncipe com todas as características físicas que eu sempre abominei. Um príncipe que te ergue no colo e te liga no dia seguinte...pffff... pobre de mim que acreditei por anos que contos de fada existiriam em uma metrópole como essa.
Acreditei, desisti, acreditei novamente, desisti achando que seria para sempre, voltei a acreditar achando que seria para valer. Mas meu coração já estava totalmente dopado e não saberia reestruturar-se sozinho se não ouvisse da sua própria boca que o sentimento por mim havia cessado. E agradeço-te tanto por ter me tirado de tal fantasia de incertezas...
Sei que hoje sou alguém mais evoluído que há alguns poucos longos anos atrás pois soube tirar da desilusão, um impulso para a vida. A vida. Não sei o que ela reserva, se reserva, mas tenho hoje novos planos e apostas para sentir a tão procurada felicidade que nem sei sabemos se existe.
Escrevo hoje para me despedir desta história, para não "celebrar" mais um ano de vida de um sentimento atropelado pela própria vida.
Feliz aniversário, desilusão e que descanse em paz para me deixar em paz.