sexta-feira, 31 de julho de 2015

Até onde sonhar?

Sempre fui o tipo de pessoa que conhecia alguém e já imaginava o nome dos filhos, ou que já planejava todas as coisas que iria comprar antes mesmo do salário cair. Pior ainda, sempre fui aquele tipo de pessoa que mandava uma mensagem já pensando na resposta e sabendo a tréplica que eu daria! É capaz de eu já ter imaginado mil diálogos com você aí que tá lendo e você nem imagina.
...E o que sempre acontecia? Nada do que eu havia planejado!
Uma vez, estava saindo com um cara havia um tempão... tipo, muito! Mais de um ano! Surgiu a ideia de fazermos algo juntos e eu tinha ficado de pensar; no dia seguinte, me decidi a ir, planejei tudo e... quando falei com ele... ele disse que era melhor pararmos de sair. A única alternativa que eu não tinha pensado.
Mas nem sempre era algo ruim (só na maioria), convidei esse mesmo rapaz para minha festa de aniversário, assim... por consideração/educação, ele não me confirmou nada e apareceu lá, sozinho sem conhecer ninguém, e disse que estava muito feliz em me ver naquele dia <3 awwnnn...="" p="">
A questão que quero levantar é que a vida tem uma tendência muito forte em me quebrar as pernas, me surpreender e me fazer lidar com uma situação que não estava entre as 430 alternativas que eu jã tinha pensado; O que não é ruim! É ótimo para uma pessoa como eu que adora desafios, e mostra que a vida pode mudar a qualquer momento... mas a parte ruim disso é que passei a ter um certo medo de sonhar...
Medo de sempre imaginar coisas maravilhosas e acabar quebrando a cara.

Tive uma fase então, de tentar pensar em alternativas ruins para os meus sonhos, pra tentar me forçar a me surpreender com qualquer coisa boa que viesse a acontecer, mas aí veio o medo de atrair coisas ruins através do meu pensamento "negativo". Já passei por uma fase paranoica em que gostava quando eu "morria" no joguinho, porque falta de sorte no jogo é sorte no amor.
A verdade é que é difícil controlar minha mente sonhadora, meu coração amoroso que se acelera agora. Nasci para pensar pra frente, talvez essa seja uma das razões pela qual minha cabeça seja um pouco mais além da minha idade... minha vontade de ver o futuro acontecendo logo.

Hoje eu não te digo que tenho os pés mais no chão, tenho mil coisas que sonho pra mim, já me imaginei nas mais diversas situações, tenho diversas expectativas pro futuro, mas quando me vejo mergulhada demais no meu sonho, sorrindo ou chorando por algo que nem aconteceu, e eu nem sei se vai acontecer, tento me distrair, fotografo as flores, troco a música... e tento pensar na beleza que a vida é hoje... só sonho que o futuro seja igualmente bonito. <3 p="">

"Um pouco de pressa, querida
Para sentir-se tonto, para inviabilizar a mente de mim
Basta um pouco de silêncio, querida
Nossas veias estão ocupadas, mas meu coração está em atrofia
Qualquer maneira para distrair e acalmar
Adicionando sombras às paredes da caverna"
Hozier - Sedated





terça-feira, 28 de julho de 2015

Ontem.

Ontem, uma das minhas inspirações veio me visitar para um encontro que não estava previsto, que acabou com qualquer possibilidade de deixar este assunto enterrado nos meus vinte e quatro, muito pelo contrário, só trouxe águas novas para rolar e muitas perguntas a serem feitas nos vinte e cinco.
Eu, que estava tendo um dia tranquilo, de repente cantava e ria mais que o normal das piadas bobas que eu assistia pelo computador.
            "Céus, acho que estou alegre demais, não consigo disfarçar pra mim mesma."

Como nos velhos tempos, ajeitei minha maquiagem (seria nosso primeiro encontro depois de tanto tempo, não apareceria de qualquer jeito, né mores?) ao mesmo tempo em que a minha visita se dirigia até nosso encontro, e parece que o oceano ficou do tamanho de uma poça d'água; a mesma que dá cara ao inverno de São Paulo e anuncia que o verão em Dublin está nos seus últimos suspiros.
Uma sensação muito estranha de que seria tudo da mesma forma, que sairia de casa e as ruas de São Paulo estivessem do lado de fora do meu portão.
Quando nos encontramos, o sono foi embora. Risadas, piadas sem graça, lembranças, esclarecimentos, algumas frases que escaparam e responderam várias perguntas e... alguns segundos de constrangedor silêncio vieram. A minha sorte é que no Skype eu preciso olhar para a câmera, olhar nos olhos naquela situação, além de me deixar com uma cara de idiota na tela, me mataria (assumo).
Também veio uma vontade enorme de ficar a sós, mesmo que nada tão proibido fosse ser dito, mas estamos em um encontro aqui, com licença!
       - Acho que esse encontro me ajudou a me acalmar.
       - Acho que não, acho que você vai querer encontrar sempre.
       - É o que você acha, né?
       - Sim.
       - Mas é algo que você não quer...?!

Será? Acho que a resposta veio ao cair da noite.

"How do you feel? That is the question.
But I forget, you don't expect an easy answer.
...
You can't expect a bit of hopes.
So while you're outside looking in,
describing what you see,
Remember what you are staring at is me.
...
How much is real? So much to question.
An epidemic of the mannequins,
contaminating everything,
when thought came from the heart."

Depois que o encontro acabou, olhei para o chão e lá estava toda a minha armadura desmontada, minha capa que me torna intocável também estava lá, eu era exatamente a mesma pessoa que não conseguia levantar a cabeça pra conversar há pouco mais de um ano atrás.



Fui dormir, digo... fui deitar. a frequência das batidas no meu peito e dos pensamentos na minha cabeça não me deixavam dormir... uma música talvez? Vocês sabem que Shuffle Player é uma coisa do capeta, só toca aquelas músicas pra aprofundar ainda mais o seu humor, até que você por vontade própria acaba só ouvindo aquele tipo de música.

"But I can't explain just how I feel.
Out of my heart and into my soul."

Sei que me encolhi num canto da cama até que pudesse caber perfeitamente outra pessoa lá, me virei pro lado vazio e ali eu beijei o ar na minha imaginação, e senti o beijo, e senti o abraço, e ali eu adormeci.



Hoje.

Hoje acordei e não pensei em nada daquilo que tinha acontecido ontem, então dei por mim que já tinha passado, mas sentei para começar a escrever este texto, lembrando de todos os que larguei pela metade por preguiça de levantar da cama pra escrever, e ao começar a escrever o texto,subiu um pequeno arrepio do dia anterior, mas passou! Só que no decorrer do dia, me pegava sorrindo sem motivo (com motivo), e agora ao digitar essas palavras, me coça a garganta.
Eu penso se isso vai se repetir, se não é uma recaída boba, se vai acabar, quando vai acabar, como vai acabar.

Amanhã.

Amanhã eu não sei, não sei quanto tempo vai levar para chegar o amanhã, quando eu dei por mim, já era o dia de embarcar para Dublin, os primeiros seis meses passaram-se como um flash, e eu aqui pensando que já é quase Agosto, próximo mês já é Setembro, depois já é Natal e hora de voltar pra casa.
Eu não sabia o que me esperava ao vir pra cá, continuo não sabendo o que me espera para voltar. Mas talvez, numa partezinha da minha cabeça, nessa mesmo que está doendo agora, esse cantinho do lado esquerdo, eu tenha uma leve ideia do que eu queira que aconteça.

"Between me and you...
I've been thinking about the future and..."






domingo, 19 de julho de 2015

O Número 25.

Desde o dia em que completei meus vinte e quatro, a vida tem sido uma assustadora contagem regressiva para os vinte e cinco.
Vinte e cinco. Serão dez anos desde que eu tinha quinze, que eu começava a me entender por jovem, e tanta coisa que eu poderia ter mudado desde lá. 

Penso em tanta coisa que já mudou, no quanto eu já mudei, em como passei da garota boba que era zoada na escola por ter cabelos cacheados a uma mulher madura (poderia ser menos) com incríveis nove anos desde seu primeiro emprego (o que me orgulha muito) e que sai desfilando sua jubona enorme por aí.
Vinte e cinco anos, um quarto de século, que idade mais estranha... Parece um número tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo... Por um lado, sinto que devia ter feito tanta coisa que deixei de fazer e agora já não tenho mais tempo. Por outro lado, penso em todas as milhares de coisas que quero/preciso fazer antes que cheguem os trinta (agora é um caminho sem volta, né migos?).
Vinte e cinco anos e lembro de cada coisa impublicavel que fiz nos últimos dois anos e que me fazem pensar em como um ano é suficiente para se fazer valer a pena, para se provar de tudo, ou para se mudar uma vida. Vinte e cinco e eu penso na pressão que a sociedade faz sobre a minha condição de mulher aos vinte e cinco: "Já está na idade de casar", "não pode ter filho muito velha", "já tem que começar a usar creme anti-idade", e isso tudo por um momento me faz pensar que tenho tão pouco tempo para tudo isso, mas depois... só penso no quanto sou jovem ainda aos vinte e cinco para encher minha cabeça com esse monte de besteiras.
 
Vinte e cinco e tudo o que eu quero é deitar no parque e ouvir a minha música, vinte e cinco e eu tenho uma lista de shows de rock para ir até o fim do ano que me motivam a trabalhar só para comprar ingressos como uma adolescente rebelde. 
Vinte e cinco e eu só penso em como eu me imaginava aos vinte e cinco quando tinha quinze, e como eu não fiz metade do que planejei, como a vida vem sendo uma descoberta a cada dia, o que me faz chegar aos vinte e cinco sem a menor ideia do que esperar do futuro, mas com os braços e a cabeça muito mais aberta do que eu tinha antes.