sexta-feira, 27 de junho de 2014

Se por um dia.

Se por um dia eu só tivesse o sentido do tato, amaciaria minhas mãos para delicadamente desenhar-te com a ponta dos meus dedos. Repousaria minhas mãos sobre a maciez de teus cabelos, transmitindo as emoções pelas terminações nervosas dos meus dedos ao teu cérebro.
Desceria pela curva suave que leva do nariz até às bochechas chegando à sedução dos teus lábios.
Nos teus ombros, minhas mãos desceriam e os apertariam na tentativa de aliviar a tensão, caminhando pela virilidade de teu peito, onde elas tentariam encontrar o pulso do teu coração, e pela vitalidade de teus braços. E na força de tuas mãos, minhas mãos descansariam, trocando calor e energia. Se por um dia eu só pudesse tocar-te.



Mas se ao invés disso, só tivesse meu paladar por um dia. Então tocar-te-ia pela minha boca, a ponta da minha língua contornaria o labirinto de tuas orelhas, meus beijos provariam o gosto da sua pele e a sensibilidade dos meus lábios sentiria o sabor dos teus.




 Caso então, por um dia eu só pudesse falar, então meus lábios cobrir-te-iam de beijos e minha boca sussurraria aos seus ouvidos todos os meus desejos.



Se somente pudesse ouvir? Então apenas apreciaria a melodia da tua voz e responderia através dos meus sorrisos, caras, bocas, gestos e toques.



Se por um dia só pudesse enxergar, então apenas te observaria, apreciaria cada movimento e procuraria todas as respostas às minhas angústias na verdade dos teus olhos.




Devo ser então, a pessoa de mais sorte nessa vida, pois hoje tendo todos os meus sentidos aflorados e em perfeito funcionamento, posso assim transmitir-te todas as minhas emoções e desejar-te através de todos os meus sentidos, um pouquinho por cada um. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Let's just breathe.

Respirar é movimento mais natural do nosso corpo, tão natural que às vezes nem percebemos que estamos respirando, mais difícil ainda é perceber que esse gesto acompanha todos os nossos sentimentos, todas as nossas sensações, todos os nossos movimentos.



No início, existiu uma respiração forte, rápida, quente, intensa, como se em meio ao ar, pequenas faíscas de fogo fossem liberadas, praticamente um dragão. Corria raiva pelas veias e frustração nos pulmões.
Em seguida, a respiração tornou-se difícil, em meio aos soluços, aquela que quase não acontece, onde se inspira o ar constantemente e expira-se quase como num tiro. Aos poucos tossindo a tristeza que enchia de dor o peito.
Os dias passam e reaprendemos a respirar, a inspirar o ar com calma e a expirar gentilmente. E com essa calma, surgem ares novos nos convidando a prová-los.
Respirando calmamente, até que o ar de repente muda; surge um estalo, a respiração acelera e torna-se mais profunda e... poxa vida, acho que quero voar nessa brisa gostosa que estou sentindo!
A partir daí inspirações longas e fundas, expirações sonoras e aquecidas, quase uma melodia, tão leves a ponto de acariciar a pele onde o ar encosta, e a delícia de perceber que há mais uma melodia ali, dançando com a sua, criando um som e atmosfera únicos produzidos por essa combinação incrível. É a ofegância da paixão.
E quando parece que os pulmões não darão conta, falta o ar... na realidade, por um momento parece que falta tudo, falta o ar, falta o chão, o tempo para, deliciosamente desacordamos.
E lentamente voltamos a respirar. Ali naquela atmosfera única criada, a respiração fica pesada, profunda, lenta... ela está se recuperando de uma grande emoção, preparando-se para descansar.
O tempo passa, a respiração dói, diminui e sai em forma de suspiro. Um suspiro de saudade.
Até que a respiração volta a acelerar, quase ofegante. É isso, finalmente chegou a hora de entrelaçarmos nossa respiração novamente! Vamos juntos criar nossa própria atmosfera...

A vida é simples e as respostas estão nas coisas mais naturais dela. Apenas ouça sua respiração. 


“Stay with me...
...let’s just breathe.”


sexta-feira, 20 de junho de 2014

A riqueza da simplicidade.

Uma das cores que colorem a vida é descobrir a riqueza na simplicidade. A delícia de sorrir olhando para um papel de bala e ninguém ao seu redor entender nada, por não saber toda a história por trás de algo que qualquer outra pessoa jogaria no lixo.
Saber que às vezes é muito melhor cancelar aquela reserva no restaurante, onde haveria uma mesa e 3 tipos de talheres e taças separando vocês dois e comprar um saco de Ruffles, sentar no sofá e ficar muito mais perto.
Ou sentir que, mais importante que o presente que aquele seu amigo de anos te deu, é o cartão que vem junto, feito à mão e escrito com carinho.
Em um mundo onde tudo é comprado, onde tudo custa (e cada vez mais caro) e tudo é cada vez mais sobretaxado, muitas pessoas esquecem-se do valor dos gestos, das coisas simples, dos abraços. Os poucos que valorizam esse tipo de coisa sabem que estes simples gestos guardam dentro deles momentos muito mais felizes e sensações muito mais grandiosas que não podem ser comprados.
Ouço muitas pessoas dizendo que isso é besteira, que “ninguém vive de amor”, que “abraço não enche barriga”, mas essas pessoas esquecem-se de pensar que ninguém vive de bolsas e sapatos e que uma bala dada com carinho pode não encher tanto a barriga quanto um jantar de 3 pratos refinados com sobremesa enquanto cada um está em seu celular, mas com certeza, essa bala dada com carinho encherá o coração.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sobre medos e palavras engasgadas.

Tantos pensamentos rondando minha mente.
Tantas emoções rondando meu coração.
Tantas sensações rondando meu corpo.
Que fico olhando para o papel em branco sem nem saber por onde começar.
Mas é tanta coisa a dizer.
Sinto as palavras enroscando na minha garganta.
Às vezes parece que vão me enforcar.
Parecem querer explodir.
Mas eu não sei.
Perdi o jeito.
Só não perdi o medo.
Que desgraça esse tal de medo!
De não saber se posso explodir,
Ou se deixo me sufocarem um pouco mais.
Ou das pragas que chegam por mensagem torcendo contra.
Essa desgraça que quer cobrir toda a minha transparência.
Quantas coisas maravilhosas talvez já tenhamos deixado de viver por causa do medo de arriscar?
Olho para trás e penso agora que muitas coisas podem ter dado errado, por medo meu de tentarem fazê-las darem certo.
E o medo não combina com a coragem que o mundo tanto me diz ter.
Então aos poucos esse tal de medo se vai.
Tem muita coisa boa dentro de mim agora e não tem sobrado espaço pra esse tipo de sentimento.

E a intensidade da torcida contra, faz com que acabe dando certo na mesma proporção. 
Se foi. 


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Enamore-se!

Ame-se, beije-se, abrace-se, agrade-se, acarinhe-se, compre-se um presente! Um não, dois! Três! Quantos merecer!
Quanto desamor estas pessoas sofrem, de acharem que a felicidade está 100% em outra pessoa. De depender que exista outro alguém para que haja um motivo para levantarmos e colocar nossa melhor roupa, de sair na rua com um sorriso no rosto. Não!

Pessoas vivem em casulos esperando o amor aparecer de fora pra dentro para tirá-las de seu refúgio e esquecem-se de encontra-lo em si mesmas. E aí o amor de fora não vem, pessoas ficam frustradas e amam-se ainda menos, mostram-se para a sociedade com uma cara fechada e um tom infeliz, fechando a porta para qualquer sentimento bom que queira bater.  

Ame-se. Use tudo o que lhe fizer bem, arrume-se sem motivo, olhe no espelho e veja toda a beleza que existe dentro de você. E aí sim mostre ela para que o mundo veja o que está perdendo.
Beije-se com amor. Leve os dedos até a boca e sinta a maciez que ela tem, assim você saberá reconhecer um beijo de amor quando ele vier e saberá dar-lhe o amor que o seu beijo tem.
Abrace-se carinhosamente. Dentro de um corpo que se ama, existe todo o calor vital necessário, e involuntariamente alguém se sentirá atraído a aconchegar-se no seu calor. É natural!
Agrade-se. Se dê um presente porque simplesmente você é demais e o merece. Se comer uma torre de sorvete o fizer feliz, coma-a. Se largar tudo e ir embora  for sua vontade agora, largue. Sorria e espalhe sua felicidade. Ninguém paga sua felicidade, então faça sem culpa e sem medo de ser feliz. 
Acarinhe-se. Em dias que o sono não vier, se permita fazer um cafuné leve e sinta a tensão aliviar.

Não são todos que conseguem notar a diferença que a vida faz quando começamos a nos amar primeiro. O amor de fora pra dentro só vem quando nos amamos de dentro pra fora primeiro. Parece clichê, mas só quem ama a si mesmo sabe a veracidade que isso tem.


Enamore-se! Sinta-se feliz por ser quem você é e o que tiver que ser atraído, será. Enamore-se e assim o mundo irá enamorar-te também. Não importa se és solteiro, casado ou se já tenha desistido alguma vez. Enamore-se sempre, espalhe seu perfume e tenha uma vida cercada de amor. Feliz dia dos namorados!