Talvez você seja mais pra brisa mesmo,
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Ventania.
E depois daquela resposta, parece que soprou um vento, daqueles que movem as dunas... E o vento varreu todos os meus planos, todas as minhas esperanças como se fossem grãos de areia. A cabeça ficou vazia, o coração também.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Amor Moderno.
"Conheci um cara online.
Se eu mandar um 'oi' é muito seco, se eu mandar 'oiiii' é oferecido demais... 'oie!', parece apropriado!
...
Ai! Ele mandou mensagem! Não dá pra responder agora, é muito desespero, daqui duas horas eu respondo.
...
Ele visualizou e não respondeu, vou ignorar, não vou falar que me sinto deixada de lado quando isso acontece, pra ver se ele melhora, vou engolir e orgulho e ignorar até ele me procurar de novo.
...
Ele me convidou pra sair de novo! Queria tanto... a companhia dele é ótima e a gente se dá tão bem... mas eu sempre aceito, vou inventar que tenho algo pra fazer, porque tem que ser difícil né?
E eis meu domingo, assistindo o programa do Faustão, seria muito melhor estar com ele... Epa, será que ele convidou outra? Vou stalkear mais tarde!
...
Mas já é meio-dia e ele não me mandou nenhuma mensagem... O que será que houve? Também não vou mandar, deixa ele vir me procurar..." e assim a gente não conversa porque ninguém quer deixar o orgulho de lado.
E assim vamos vivendo, estes amores modernos, onde ninguém se entrega, ninguém dá o primeiro passo, ninguém acredita, ninguém quer botar fé ou apostar a ficha. Tudo com muito pé atrás, porque nessa vida, ninguém quer se ferrar, afinal de contas, rede social é lugar de gente feliz.
Como se o "se ferrar" não ensinasse, como se não fizesse de nos alguem melhor preparado para a próxima.
Nessa vida de tentativas frustradas de relacionamento, aprendi inumeras licoes importantes que fazem eu me considerar preparada para o meu próximo relacionamento (se vier, porque se nao vier, nao tem problema tambem) e vou passar para vocês a que mais fez sentido no meu histórico: não confie em declaracões de amor em outras línguas (quando os dois falam português, é claro!).
Tem um rapaz por quem eu era apaixonada, vocês sabem! Aquele da barbicha de bode (N.E.: Descobri no fim de semana que ele tirou a tal barbicha, ate estranhei, parece outra pessoa! Não tenho uma opinião sobre, ainda... como se importasse haha), sempre que eu dizia que estava com saudades, ou que queria vê-lo, ele me respondia "me too...", e esse "me too..." nunca era seguido de um convite para sair.
Depois de muito tempo, e de outras experiências parecidas, conclui que "Sinto saudades de você" tem mais verdade que um "Miss you"... "Eu te amo" vem do coraçao, e é uma das frases mais tabus e enigmáticas de todos os tempos, mas "I love you" é só mais um jeito de falar com alguem que se ama com um pé atrás, ou um jeito de ser gentil e carinhoso sem se entregar.
Dificilmente eu me declararei a alguem em inglês, se eu digo que eu amo, é porque eu amo, se eu não disse, é porque eu talvez não ame ou porque não seja a hora ainda, mas eu nunca te iludirei nos meios dos meus I love yous.
Então, eu quero deixar algumas coisas claras aqui, eu tenho amado em português, eu chorei molhado hoje, eu sinto saudades, sinto daquelas que doí mesmo e eu quero a mesma clareza de volta. Quero ser amada em português, quero um coração que bate de verdade sem precisar se esconder, quero um amor que seja amor, não que seja cautelosamente, estrategicamente medido. O nome disso é qualquer outra coisa, mas sei que não é amor...
"Let your heart out, put your soul in it!
Time to fly away and let your mind go free
No denying what this life should give
From mistakes you learn to forgive
Scream your heart out! Dig your soul in it
Time to fly again and let your mind go free
No denying what this life should give
Building dreams of your hope is the key
Feel the truth of your heart to relief
From your dreams you will learn how to live"
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Copenhagen.
Um dia, como quem não tinha nada para fazer, sentei no sofá e comecei a simular os preços de umas passagens aéreas, até que cheguei em uma passagem barata pra Copenhagen.
Eu ainda tinha tempo até o Walking Tour das 15h, então olhei no mapa, pedi informação pra guia do barco e lá fui eu até a fábrica da Carlsberg! Porém, precisaria pegar o trem de novo, naquelas estações malucas que eu não entendia nada. Enquanto andava para a estação, um novo sentimento, um orgulho gigantesco, aquele era o sétimo país que eu visitava, eu, que mal fiz meus 25 anos, com um pé na Brasilândia, que nunca ganhei mais de 2 mil por mês, já estava formada na faculdade e conhecendo o sétimo país da minha lista, tudo fruto do meu próprio trabalho e esforço, e agora eu estava sozinha, fazendo tudo do meu jeito.
Comprei animadíssima, lembrando de um dos primeiros trabalhos de faculdade que fiz, mas logo depois, vieram novos planos e eu fui deixando Copenhagen meio de lado... Não sei se foi um pecado muito grande ou se foi bom no fim das contas.
Até que num pulo, Setembro chegou e lá fui eu arrumar minha mala e embarcar sozinha pra um país da Escandinávia! Terra de Vikings, nem gosto!
Fiquei sozinha mesmo quando cheguei em Copenhagen... o Google Maps me abandonou, a bateria acabou e um leve desespero bateu.
Lá estava eu sozinha em meio a placas em dinamarquês para procurar a estação de trem para o centro. Desafio 1 concluído com sucesso!
Quando forem viajar, lembrem-se sempre: Starbucks sempre tem wifi e tomada e se você for Corinthians-malandro como eu, pode se arriscar a usar sem comprar nem um cafézinho. :)
Eu tinha menos de 48h em Copenhagen, então me apressei pra fazer algo que não precisava de ingresso ou horário marcado, e lá fui eu atrás da estátua da Pequena Sereia, praticamente a única coisa que eu sabia que existia em Copenhagen. E no caminho fui me divertindo, tirando fotos de coisas que eu nem sabia o que eram.
Ao lado da Pequena Sereia, tinha uma fortificação chamada Kastellet, em formato de estrela e lá... Pra me dar oficialmente as boas vindas a Copenhagen, estava o por do sol mais bonito que eu vi na vida. E nesse momento, eu fiquei feliz! Deve ter sido o primeiro momento em que eu pensei "Caramba! Estou na Dinamarca!".
(#NoFilter!)
Foi a primeira vez na vida em que eu parei tudo e sentei para ver o por do sol, até que um senhor armado me disse que eu não podia ficar sentada na grama do forte mais bem preservado da Europa. :(
Voltei para o Hostel realizada, apaixonada, maravilhada!
No segundo dia, quis fazer o impossível e dar um jeito de fazer tudo o que eu queria... Consegui fazer mais!
Acordei cedo e fiz um passeio de barco pelos canais de Copenhagen, e a cada ponte eu suspirava!
Peguei o trem até a estação de Engelberg e mais uma vitória conquistada com sucesso!
(#Quero)
Ainda estava em tempo para o Walking Tour, e veio a hora de me apaixonar por Copenhagen a pé.
E depois de tudo... Veio o sonho mais lindo! Sempre que estudei sobre Copenhagen e sobre a Dinamarca, lia sobre o Tivoli Gardens, o segundo parque de diversões mais antigo da Europa! O Tivoli não é só parque, é casa de shows, é jardim, é tudo! Quando comprei o ticket do passeio de canal, a moça me ofereceu a opção combinada com o Tivoli, quando ela me disse que o parque fechava às 23h quase quis dar um beijo na boca dela! Já estava desacreditada, achando que não conseguiria ir até o Tivoli... Enquanto andava pelo centro e vi o primeiro brinquedo ali rodando, voltei a ser criança! E ali tive a minha primeira experiência num parque de diversões sozinha.
E eu que achava que não teria tempo pra tirar uma foto do lugar mais alto da cidade como eu faço em todos os lugares, consegui uma meio torta do alto do "elevador", no momento mais feliz da minha viagem!
Em um outro brinquedo, que dava voltas com vistas lindas da cidade, fiquei ali admirando as luzes e pensando "Eu consegui! Quando que na minha vida eu imaginei que viria pra Dinamarca, pra um país escandinavo? (mesmo que seja o menos escandinavo de todos), quando??"
Imaginei se alguém me contasse minha trajetória até aqui como se fosse a história de outra pessoa "Conheço uma moça de 25 anos que...", desculpa o palavreado, ali eu me achei foda! Todo o trabalho, todo o sacrifício, todas as vezes que chorei pra chegar em Dublin fizeram sentido naquela hora, e ali eu simplesmente cheguei a conclusão de que tem coisas/situações que eu não preciso mais me submeter, simplesmente não combinam com a mulher que eu me tornei. O ser humano, ambicioso que é, gosta de pensar no amanhã, no que quer, o ser humano gosta de querer o que não tem, e esquecemos de pensar no que conquistamos até aqui e no que nos faz sermos as pessoas incríveis que somos hoje e de termos consciência do que merecemos de verdade.
Voltei para o Hostel sozinha, com a bateria do celular me deixando na mão de novo, usando o mapinha de papel. Mais uma vitória!
No terceiro dia, que na verdade foi uma manhã, pensei em ir até a Christiania, seria a única coisa que faltaria para que eu fizesse TUDO em Copenhagen, aí o mundo caiu e eu perdi as esperanças. 10 minutos depois, o céu abriu e lá fui eu até a Christiania Freetown! Bairro alternativo formado pelos Hippies de Copenhagen. Chegando lá a chuva voltou, pra lavar minha alma, pra abençoar a minha viagem que estava terminando. Acabei na igreja ao lado, Our Saviour's Church, cheguei bem na hora que a igreja abria, talvez devia ser pra ir pra lá mesmo, fiz uma oração, acendi uma vela e voltei pro meu banho de chuva, triste de ter de ir embora, agradecida pelo choque de realidade que Copenhagen me trouxe. Na certeza de que hoje eu tenho um novo lugar favorito no mundo. <3
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