segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Copenhagen.

Um dia, como quem não tinha nada para fazer, sentei no sofá e comecei a simular os preços de umas passagens aéreas, até que cheguei em uma passagem barata pra Copenhagen. 
Comprei animadíssima, lembrando de um dos primeiros trabalhos de faculdade que fiz, mas logo depois, vieram novos planos e eu fui deixando Copenhagen meio de lado... Não sei se foi um pecado muito grande ou se foi bom no fim das contas. 
Até que num pulo, Setembro chegou e lá fui eu arrumar minha mala e embarcar sozinha pra um país da Escandinávia! Terra de Vikings, nem gosto! 
Fiquei sozinha mesmo quando cheguei em Copenhagen... o Google Maps me abandonou, a bateria acabou e um leve desespero bateu. 
 Lá estava eu sozinha em meio a placas em dinamarquês para procurar a estação de trem para o centro. Desafio 1 concluído com sucesso! 

              (Desesperada no trem) 

Quando forem viajar, lembrem-se sempre: Starbucks sempre tem wifi e tomada e se você for Corinthians-malandro como eu, pode se arriscar a usar sem comprar nem um cafézinho. :)

Eu tinha menos de 48h em Copenhagen, então me apressei pra fazer algo que não precisava de ingresso ou horário marcado, e lá fui eu atrás da estátua da Pequena Sereia, praticamente a única coisa que eu sabia que existia em Copenhagen. E no caminho fui me divertindo, tirando fotos de coisas que eu nem sabia o que eram.
Ao lado da Pequena Sereia, tinha uma fortificação chamada Kastellet, em formato de estrela e lá... Pra me dar oficialmente as boas vindas a Copenhagen, estava o por do sol mais bonito que eu vi na vida. E nesse momento, eu fiquei feliz! Deve ter sido o primeiro momento em que eu pensei "Caramba! Estou na Dinamarca!".

                         (#NoFilter!)

Foi a primeira vez na vida em que eu parei tudo e sentei para ver o por do sol, até que um senhor armado me disse que eu não podia ficar sentada na grama do forte mais bem preservado da Europa. :(
Voltei para o Hostel realizada, apaixonada, maravilhada! 

No segundo dia, quis fazer o impossível e dar um jeito de fazer tudo o que eu queria... Consegui fazer mais! 
Acordei cedo e fiz um passeio de barco pelos canais de Copenhagen, e a cada ponte eu suspirava! 


Eu ainda tinha tempo até o Walking Tour das 15h, então olhei no mapa, pedi informação pra guia do barco e lá fui eu até a fábrica da Carlsberg! Porém, precisaria pegar o trem de novo, naquelas estações malucas que eu não entendia nada. Enquanto andava para a estação, um novo sentimento, um orgulho gigantesco, aquele era o sétimo país que eu visitava, eu, que mal fiz meus 25 anos, com um pé na Brasilândia, que nunca ganhei mais de 2 mil por mês, já estava formada na faculdade e conhecendo o sétimo país da minha lista, tudo fruto do meu próprio trabalho e esforço, e agora eu estava sozinha, fazendo tudo do meu jeito. 
Peguei o trem até a estação de Engelberg e mais uma vitória conquistada com sucesso! 

(Eu já me achando maravilhosa por ter pego o trem)

                       (#Quero)

Ainda estava em tempo para o Walking Tour, e veio a hora de me apaixonar por Copenhagen a pé. 


E depois de tudo... Veio o sonho mais lindo! Sempre que estudei sobre Copenhagen e sobre a Dinamarca, lia sobre o Tivoli Gardens, o segundo parque de diversões mais antigo da Europa! O Tivoli não é só parque, é casa de shows, é jardim, é tudo! Quando comprei o ticket do passeio de canal, a moça me ofereceu a opção combinada com o Tivoli, quando ela me disse que o parque fechava às 23h quase quis dar um beijo na boca dela! Já estava desacreditada, achando que não conseguiria ir até o Tivoli... Enquanto andava pelo centro e vi o primeiro brinquedo ali rodando, voltei a ser criança! E ali tive a minha primeira experiência num parque de diversões sozinha. 

                              <3

E eu que achava que não teria tempo pra tirar uma foto do lugar mais alto da cidade como eu faço em todos os lugares, consegui uma meio torta do alto do "elevador", no momento mais feliz da minha viagem! 

Em um outro brinquedo, que dava voltas com vistas lindas da cidade, fiquei ali admirando as luzes e pensando "Eu consegui! Quando que na minha vida eu imaginei que viria pra Dinamarca, pra um país escandinavo? (mesmo que seja o menos escandinavo de todos), quando??" 
Imaginei se alguém me contasse minha trajetória até aqui como se fosse a história de outra pessoa "Conheço uma moça de 25 anos que...", desculpa o palavreado, ali eu me achei foda! Todo o trabalho, todo o sacrifício, todas as vezes que chorei pra chegar em Dublin fizeram sentido naquela hora, e ali eu simplesmente cheguei a conclusão de que tem coisas/situações que eu não preciso mais me submeter, simplesmente não combinam com a mulher que eu me tornei. O ser humano, ambicioso que é, gosta de pensar no amanhã, no que quer, o ser humano gosta de querer o que não tem, e esquecemos de pensar no que conquistamos até aqui e no que nos faz sermos as pessoas incríveis que somos hoje e de termos consciência do que merecemos de verdade. 
Voltei para o Hostel sozinha, com a bateria do celular me deixando na mão de novo, usando o mapinha de papel. Mais uma vitória! 

No terceiro dia, que na verdade foi uma manhã, pensei em ir até a Christiania, seria a única coisa que faltaria para que eu fizesse TUDO em Copenhagen, aí o mundo caiu e eu perdi as esperanças. 10 minutos depois, o céu abriu e lá fui eu até a Christiania Freetown! Bairro alternativo formado pelos Hippies de Copenhagen. Chegando lá a chuva voltou, pra lavar minha alma, pra abençoar a minha viagem que estava terminando. Acabei na igreja ao lado, Our Saviour's Church, cheguei bem na hora que a igreja abria, talvez devia ser pra ir pra lá mesmo, fiz uma oração, acendi uma vela e voltei pro meu banho de chuva, triste de ter de ir embora, agradecida pelo choque de realidade que Copenhagen me trouxe. Na certeza de que hoje eu tenho um novo lugar favorito no mundo. <3

 

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