quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A mulher que me tornei.

Tenho duas lembranças da minha adolescência que me marcam muito, a primeira é de quando eu tinha 16 anos e consegui meu primeiro emprego, ganhava um salário de 170 reais, mas ganhei um aumento e passei a ganhar 190!
Nessa época eu tive um namoradinho na porta da escola, que hoje é meu grande amigo, ele já tinha terminado o ensino médio e um dia eu perguntei se ele não queria fazer nada, um curso, uma faculdade, procurar um trabalho, sei lá, por que na minha cabeça sempre tive muito claro o que queria cursar e fazer da vida. Ele não sabia direto, pensava em fazer um curso de desenho mas não passava muita segurança não, então eu resolvi terminar pq "não queria um cara que não ia fazer nada da vida", eu estava cobrando isso de um cara de 17 anos. 
A segunda memória é do meu único namoro sério que veio logo em seguida, onde com os meus 190 reais de salário eu consegui comprar um coturno de couro de 120 reais de presente de Natal para meu então namorado.
Namorei o Gu dos meus recém completados 17 aos 18 anos, e uma vez ele me disse que me conheceu ainda um menino, e que eu tinha transformado-o num homem. Talvez eu nunca esqueça disso. 

Eu tenho plena consciência de que devo fazer parte de uma geração de mulheres com alguma alteração no DNA. 
A ideia de escrever este texto me veio em uma noite em que eu estava empolgadissima em ir a um Pub daqui de Dublin que transmite os jogos do Corinthians no campeonato brasileiro, chegando lá, me vi sendo praticamente a única mulher ali vestindo uma camisa de futebol e jeans, no meio de tantos vestidinhos lindos usados pelas outras mulheres naquele lugar. Nada contra, quem me conhece sabe que sou apaixonada por vestidos, mas me senti como a Bridget Jones chegando de coelhinha na festa em que ninguém estava fantasiado.



E no Pub eu tomo cerveja vendo o jogo, e não gosto de qualquer cerveja também não, já tive minha época de amar as Weiss, hoje chego nos pubs perguntando o que eles tem de Red Ale para oferecer. 
Aqui em Dublin, os rapazes dizem que é difícil encontrar uma mulher que goste de cerveja, mais ainda uma que goste de Guinness, ué... Não entendo o porque, eu adoro! 
Quando saio com as garotas do café onde trabalho, sou a única pint de cerveja no meio de vários coquetéis.
Não tenho ideia do que tenha dentro de um Cosmopolitan, ou um Sex on The Beach, e pra mim não faz sentido pagar 20, 30 reais (ou 13 euros aqui) em um drink todo misturado com no máximo 200ml se eu posso comprar um litro de cerveja por metade do preço. Sério, não entendo a vantagem. 

Parei de me dedicar a este texto, até que depois de algumas semanas, resolvi ir novamente ao mesmo Pub ver mais um jogo do Corinthians, contra o Flamengo dessa vez, mas naquele dia haviam mais corinthianas vestindo suas camisas! Legal! Não... Tive que ouvir uma delas perguntando quando terminava o jogo e dando incentivos aos jogadores do tipo   "gente, quebra as pernas dele (jogador adversário) logo!"... :s

Parei de me dedicar ao texto de novo (isso acontece muito) e resolvi retomar novamente depois do último show em que fui: Megadeth.
Estava eu, toda apertada na segunda fileira, quando um rapaz que estava atrás de mim tentava a todo custo enfiar uma perna entre mim e a garota que estava do meu lado, nos empurrando a todo o momento... Empurrar a coleguinha pra tentar ficar na grade do show é muito anti-ético... até que nós duas tivemos a mesma ideia, demos os braços formando um cordão e começamos a empurrar o rapaz para trás e darmos pisões no pé dele. Finalmente cheguei na primeira fileira do show já que a moça da minha frente resolveu ir embora, e lá eu estava sendo esmagada e chacoalhando os cabelos alegremente enquanto um cara 4x4 atrás de mim tentava bater cabeça, levei três cabeçadas dele e fiquei meio tonta na primeira. Até que falei para ele se controlar. 
Lembro do show do Foo Fighters que aconteceu aqui na Irlanda também, aquele show para mim era uma questão de honra, tinha muito orgulho ferido que precisava ser posto para fora. Eu sabia que Best of You seria a última música e eu queria muito cantá-la a todos os pulmões, e naquela hora, um grupo de rapazes veio querer abraçar a mim e a menina que estava comigo, dei um jeito de me desvencilhar e curtir meu momento, tomando chuva e berrando como uma doida. A minha amiga acabou ficando com um deles, eu não... mas quem disse que ligo?

Sempre que vou em shows de rock ou em baladas, não me preocupo em parecer atraente, não me preocupo se meu cabelo vai ficar bagunçado. Me arrumo muitíssimo que bem, mas dou mais importância ao momento e aos amigos que estão comigo... não me faz sentido quem vai a um lugar desses e fica num canto, imóvel, sem se divertir, porque o salto vai machucar, porque o batom vai borrar, porque o cabelo vai bagunçar..., fique em casa e nada disso vai acontecer! Ok? Ok!

Quando minha mãe estava grávida do meu irmão, ela queria que nascesse uma menina para que pudesse ajudá-la nos afazeres de casa, alguns anos depois, eu nasci, sem muito talento para estas tarefas, mas sempre disposta a ajudá-la a mover o sofá de lugar. 

Não sou a melhor dona de casa do mundo, mas sou hoje uma mulher de 25 anos que já trabalha há quase 10, sou uma mulher que sabe explicar as regras de um impedimento e que acaba soltando um palavrão na hora do jogo, sou uma mulher que prefere cerveja a drinks cheios de firula, que fica pronta pra sair em 20 minutos, que é competitiva, que acha que não tem necessidade em deixar um cara carregar minha bolsa, sou hoje uma mulher que deu um tapa na cara em um rapaz desconhecido numa balada em Glasgow, por ele ter passado e apertado a minha bunda, sou hoje uma mulher que realizou o maior sonho da sua vida (que não era casar-se de véu e grinalda, era viajar), e realizei sozinha, como minha mãe mesmo me lembrou hoje, contando as moedas do meu cofrinho no chão da minha sala. Mas isso não me faz menos frágil ou me salva de ter meus momentos de carência, não me faz ser menos feminina, modestamente, me maquio e me visto muito bem, obrigada!

Isso não me faz menos romântica ou menos sonhadora, mas eu sei quando é hora de parar de sonhar e acordar para ir trabalhar. 

E posso falar? Tenho muito orgulho de ser do jeito que sou.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Lua

Tenho um relacionamento sério com as coisas que vem do céu.
Considero que ver o amanhecer é um presente, é para abençoar o dia que começou tão cedo ou para coroar uma noite que ainda não acabou.
O por-do-sol é caso antigo, por ele sou apaixonada, paro o que estiver fazendo para apreciá-lo é recuperar as energias de um dia corrido.
Agora, quem mexe com a minha cabeça mesmo,e deixa louca, fascinada, é a Lua. 
A Lua enche-se, fica imponente, brilhante, apaixonante, faz as pessoas olharem para o céu e encantarem-se com ela, é motivo de canções de amor, de poesia. 
Até que de repente, mingua-se, começa a perder levemente o brilho, a esconder-se no céu aos pouquinhos, e ninguém consegue dar mais muita atenção à minguante Lua...

"Você não sabe o que tem
Até que o amor tenha quase se esgotadoDesta vez ela está desistindo"
Até que ela finalmente resolve sumir, mostra sua face escura, não iluminada, para a Terra, transforma-se numa Nova Lua, preparando-se para crescer de novo enquanto ninguém a procura no céu.
"Eu deveria ter previsto issoAgora é tarde demais para acordarA mente dela está feita,eu sei, o sonho acabou.""Eu estava cego demais para notá-laEnvolvido comigo mesmoTrabalhando demais, noite e diaPensei que estávamos tão segurosNão posso imaginar que outro alguémPoderia vir entre nósE levá-la emboraA mente dela está feita,eu sei o sonho acabou."
Então, depois de se esconder e renovar-se em conjuntura ao Sol, a Lua volta a crescer, timidamente, aumentando de tamanho aos poucos e fazendo os seus amantes começarem a levantar seus olhos para o céu novamente. E então, um dia, ao andar pela rua, nós deparamos com ela ali no céu, cheia novamente, brilhante e imponente, e parece que a noite fica mais bonita refletindo o brilho dela.
"Mas meu coração simplesmente não desiste fácilEla é boa demais para ser esquecidaBoa demais pra ser de verdadeAntes que meu mundo seja destruído,A ela eu prometerei a Lua.

E sempre que ela me esperouEu nunca disse: "Eu te amo"Mas mantive isto dentro de minha almaE a todo tempo fui um tolo."

E no fim das contas, a Lua sou eu, a Lya é você, a Lua somos todas nós... Brilhando, encolhendo, sumindo, renovando, crescendo, brilhando, chamando a atenção, cheia de fases, cheia de momentos que só um amante de verdade consegue entender e mesmo assim continuar apaixonado. 


sábado, 10 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Meu mundo encantado.

Todas as noites, quando deito minha cabeça para dormir, quando ouço aquela musica, ou quando a lua cheia olha pra mim do céu... começo a sonhar com meu mundo encantado.
Meu mundo encantado é feito de abraços, feito do seu olhar me dizendo mil coisas e do meu sorriso te respondendo, e a gente se entendendo.
Nele, o Sol brilha, a grama é verde e nos deitamos sobre ela depois de mais uma tarde de amor, como de todas as outras são feitas.
No meu mundo encantado, voltamos ao castelo, onde eu te faço um cafuné com Yesterday dos Beatles de fundo sob a meia luz. E mesmo que eu nem ao menos goste de Beatles, no meu mundo encantado isso me parece bom apenas por ver seus lábios curvando-se para formar um sorriso.
No meu mundo encantado, a distancia vira saudade, cada palavra vira carinho, os obstáculos se tornam insignificantes, as pessoas ao redor não existem e os problemas somem quando estamos juntos.
No meu mundo encantado, suamos, nos secamos naturalmente e suamos de novo. No meu mundo encantado, você existe pra mim, e eu existo pra você.



Mas eu acordo então, a musica acaba, o dia nasce, a lua vai embora dando lugar ao Sol para clarear minha cabeça. E eu me dou conta que as pessoas ao redor ainda estão ali, a distancia faz o mundo real ficar grande demais, os obstáculos não se desfazem, você não existe somente pra mim, e talvez nem eu exista só pra você e meu mundo encantado não é real, ainda é somente fruto da minha imaginação apaixonada.

- The dream is over? Or has it just began...?!



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ventania.

E depois daquela resposta, parece que soprou um vento, daqueles que movem as dunas... E o vento varreu todos os meus planos, todas as minhas esperanças como se fossem grãos de areia. A cabeça ficou vazia, o coração também. 
Talvez você seja mais pra brisa mesmo, 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Amor Moderno.



"Conheci um cara online.
Se eu mandar um 'oi' é muito seco, se eu mandar 'oiiii' é oferecido demais... 'oie!', parece apropriado!

...

Ai! Ele mandou mensagem! Não dá pra responder agora, é muito desespero, daqui duas horas eu respondo.

...

Ele visualizou e não respondeu, vou ignorar, não vou falar que me sinto deixada de lado quando isso acontece, pra ver se ele melhora, vou engolir e orgulho e ignorar até ele me procurar de novo.

...

Ele me convidou pra sair de novo! Queria tanto... a companhia dele é ótima e a gente se dá tão bem... mas eu sempre aceito, vou inventar que tenho algo pra fazer, porque tem que ser difícil né?
E eis meu domingo, assistindo o programa do Faustão, seria muito melhor estar com ele... Epa, será que ele convidou outra? Vou stalkear mais tarde!

...

Mas já é meio-dia e ele não me mandou nenhuma mensagem... O que será que houve? Também não vou mandar, deixa ele vir me procurar..." e assim a gente não conversa porque ninguém quer deixar o orgulho de lado.

E assim vamos vivendo, estes amores modernos, onde ninguém  se entrega, ninguém dá o primeiro passo, ninguém acredita, ninguém quer botar fé ou apostar a ficha. Tudo com muito pé atrás, porque nessa vida, ninguém quer se ferrar, afinal de contas, rede social é lugar de gente feliz.
Como se o "se ferrar" não ensinasse, como se não fizesse de nos alguem melhor preparado para a próxima.



Nessa vida de tentativas frustradas de relacionamento, aprendi inumeras licoes importantes que fazem eu me considerar preparada para o meu próximo relacionamento (se vier, porque se nao vier, nao tem problema tambem) e vou passar para vocês a que mais fez sentido no meu histórico: não confie em declaracões de amor em outras línguas (quando os dois falam português, é claro!). 
Tem um rapaz por quem eu era apaixonada, vocês sabem! Aquele da barbicha de bode (N.E.: Descobri no fim de semana que ele tirou a tal barbicha, ate estranhei, parece outra pessoa! Não tenho uma opinião sobre, ainda... como se importasse haha), sempre que eu dizia que estava com saudades, ou que queria vê-lo, ele me respondia "me too...", e esse "me too..." nunca era seguido de um convite para sair.



Depois de muito tempo, e de outras experiências parecidas, conclui que "Sinto saudades de você" tem mais verdade que um "Miss you"... "Eu te amo" vem do coraçao, e é uma das frases mais tabus e enigmáticas de todos os tempos, mas "I love you" é só mais um jeito de falar com alguem que se ama com um pé atrás, ou um jeito de ser gentil e carinhoso sem se entregar.


Dificilmente eu me declararei a alguem em inglês, se eu digo que eu amo, é porque eu amo, se eu não disse, é porque eu talvez não ame ou porque não seja a hora ainda, mas eu nunca te iludirei nos meios dos meus I love yous.


Então, eu quero deixar algumas coisas claras aqui, eu tenho amado em português, eu chorei molhado hoje, eu sinto saudades, sinto daquelas que doí mesmo e eu quero a mesma clareza de volta. Quero ser amada em português, quero um coração que bate de verdade sem precisar se esconder, quero um amor que seja amor, não que seja cautelosamente, estrategicamente medido. O nome disso é qualquer outra coisa, mas sei que não é amor...




"Let your heart out, put your soul in it!
Time to fly away and let your mind go free



No denying what this life should give
From mistakes you learn to forgive
Scream your heart out! Dig your soul in it
Time to fly again and let your mind go free
No denying what this life should give
Building dreams of your hope is the key
Feel the truth of your heart to relief
From your dreams you will learn how to live"




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Copenhagen.

Um dia, como quem não tinha nada para fazer, sentei no sofá e comecei a simular os preços de umas passagens aéreas, até que cheguei em uma passagem barata pra Copenhagen. 
Comprei animadíssima, lembrando de um dos primeiros trabalhos de faculdade que fiz, mas logo depois, vieram novos planos e eu fui deixando Copenhagen meio de lado... Não sei se foi um pecado muito grande ou se foi bom no fim das contas. 
Até que num pulo, Setembro chegou e lá fui eu arrumar minha mala e embarcar sozinha pra um país da Escandinávia! Terra de Vikings, nem gosto! 
Fiquei sozinha mesmo quando cheguei em Copenhagen... o Google Maps me abandonou, a bateria acabou e um leve desespero bateu. 
 Lá estava eu sozinha em meio a placas em dinamarquês para procurar a estação de trem para o centro. Desafio 1 concluído com sucesso! 

              (Desesperada no trem) 

Quando forem viajar, lembrem-se sempre: Starbucks sempre tem wifi e tomada e se você for Corinthians-malandro como eu, pode se arriscar a usar sem comprar nem um cafézinho. :)

Eu tinha menos de 48h em Copenhagen, então me apressei pra fazer algo que não precisava de ingresso ou horário marcado, e lá fui eu atrás da estátua da Pequena Sereia, praticamente a única coisa que eu sabia que existia em Copenhagen. E no caminho fui me divertindo, tirando fotos de coisas que eu nem sabia o que eram.
Ao lado da Pequena Sereia, tinha uma fortificação chamada Kastellet, em formato de estrela e lá... Pra me dar oficialmente as boas vindas a Copenhagen, estava o por do sol mais bonito que eu vi na vida. E nesse momento, eu fiquei feliz! Deve ter sido o primeiro momento em que eu pensei "Caramba! Estou na Dinamarca!".

                         (#NoFilter!)

Foi a primeira vez na vida em que eu parei tudo e sentei para ver o por do sol, até que um senhor armado me disse que eu não podia ficar sentada na grama do forte mais bem preservado da Europa. :(
Voltei para o Hostel realizada, apaixonada, maravilhada! 

No segundo dia, quis fazer o impossível e dar um jeito de fazer tudo o que eu queria... Consegui fazer mais! 
Acordei cedo e fiz um passeio de barco pelos canais de Copenhagen, e a cada ponte eu suspirava! 


Eu ainda tinha tempo até o Walking Tour das 15h, então olhei no mapa, pedi informação pra guia do barco e lá fui eu até a fábrica da Carlsberg! Porém, precisaria pegar o trem de novo, naquelas estações malucas que eu não entendia nada. Enquanto andava para a estação, um novo sentimento, um orgulho gigantesco, aquele era o sétimo país que eu visitava, eu, que mal fiz meus 25 anos, com um pé na Brasilândia, que nunca ganhei mais de 2 mil por mês, já estava formada na faculdade e conhecendo o sétimo país da minha lista, tudo fruto do meu próprio trabalho e esforço, e agora eu estava sozinha, fazendo tudo do meu jeito. 
Peguei o trem até a estação de Engelberg e mais uma vitória conquistada com sucesso! 

(Eu já me achando maravilhosa por ter pego o trem)

                       (#Quero)

Ainda estava em tempo para o Walking Tour, e veio a hora de me apaixonar por Copenhagen a pé. 


E depois de tudo... Veio o sonho mais lindo! Sempre que estudei sobre Copenhagen e sobre a Dinamarca, lia sobre o Tivoli Gardens, o segundo parque de diversões mais antigo da Europa! O Tivoli não é só parque, é casa de shows, é jardim, é tudo! Quando comprei o ticket do passeio de canal, a moça me ofereceu a opção combinada com o Tivoli, quando ela me disse que o parque fechava às 23h quase quis dar um beijo na boca dela! Já estava desacreditada, achando que não conseguiria ir até o Tivoli... Enquanto andava pelo centro e vi o primeiro brinquedo ali rodando, voltei a ser criança! E ali tive a minha primeira experiência num parque de diversões sozinha. 

                              <3

E eu que achava que não teria tempo pra tirar uma foto do lugar mais alto da cidade como eu faço em todos os lugares, consegui uma meio torta do alto do "elevador", no momento mais feliz da minha viagem! 

Em um outro brinquedo, que dava voltas com vistas lindas da cidade, fiquei ali admirando as luzes e pensando "Eu consegui! Quando que na minha vida eu imaginei que viria pra Dinamarca, pra um país escandinavo? (mesmo que seja o menos escandinavo de todos), quando??" 
Imaginei se alguém me contasse minha trajetória até aqui como se fosse a história de outra pessoa "Conheço uma moça de 25 anos que...", desculpa o palavreado, ali eu me achei foda! Todo o trabalho, todo o sacrifício, todas as vezes que chorei pra chegar em Dublin fizeram sentido naquela hora, e ali eu simplesmente cheguei a conclusão de que tem coisas/situações que eu não preciso mais me submeter, simplesmente não combinam com a mulher que eu me tornei. O ser humano, ambicioso que é, gosta de pensar no amanhã, no que quer, o ser humano gosta de querer o que não tem, e esquecemos de pensar no que conquistamos até aqui e no que nos faz sermos as pessoas incríveis que somos hoje e de termos consciência do que merecemos de verdade. 
Voltei para o Hostel sozinha, com a bateria do celular me deixando na mão de novo, usando o mapinha de papel. Mais uma vitória! 

No terceiro dia, que na verdade foi uma manhã, pensei em ir até a Christiania, seria a única coisa que faltaria para que eu fizesse TUDO em Copenhagen, aí o mundo caiu e eu perdi as esperanças. 10 minutos depois, o céu abriu e lá fui eu até a Christiania Freetown! Bairro alternativo formado pelos Hippies de Copenhagen. Chegando lá a chuva voltou, pra lavar minha alma, pra abençoar a minha viagem que estava terminando. Acabei na igreja ao lado, Our Saviour's Church, cheguei bem na hora que a igreja abria, talvez devia ser pra ir pra lá mesmo, fiz uma oração, acendi uma vela e voltei pro meu banho de chuva, triste de ter de ir embora, agradecida pelo choque de realidade que Copenhagen me trouxe. Na certeza de que hoje eu tenho um novo lugar favorito no mundo. <3

 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Oceano.

O Oceano Atlântico: 106.400.000km² de saudade, um quinto de superfície da Terra de ansiedade.

Os barcos levam meses para cruzar essa imensidão azul, os aviões levam em média 12 horas... meu amor leva milésimos de segundo e faz várias viagens durante o dia.
Dizem que o Oceano tem o formato de um S, o mesmo S que escreve "saudade", o mesmo S que escreve "Será?", o mesmo S que escreve um angustiado "socorro".



Nesses nove meses dos doze que se completarão dentro de alguns dias, o Oceano me trouxe, em pequenas garrafas, várias respostas, me trouxe inúmeras perguntas que me assombram a mente até hoje, mas também trocamos diversas mensagens de amor.

Quando os pensamentos se cruzam, quando coincidentemente pensamos na mesma coisa durante dias tão diferentes na Europa e no Brasil, quando a conversa é tão boa, que parece que estamos na mesma mesa do bar, quando os corações estão perto, batendo no mesmo ritmo (às vezes até dói), quando as pessoas que amamos invadem nossos sonhos, o Oceano fica do tamanho de uma pocinha d'água, me dando a ilusão de que se eu der um pulo mais larguinho, chego do outro lado. Às vezes, parece tão simples, uma sensação de que se eu pegar o ônibus 46A, chego em São Paulo.
Mas se você aí demora, quando vai embora, quando por algum motivo me ignora, o oceano... se multiplica por quatro, o Atlântico se junta com o Índico, acabando com meu mundo Pacífico e transformando meu coração num Ártico.

Dias desses, andei pelas ruas chorando minha angústia, passei pela beira do rio, e pela primeira vez eu talvez tenha entendido por que aquelas pessoas param seus dias para sentar-se à beira do Liffey para fazer absolutamente nada a não ser observar o curso da água. Talvez, elas estejam como eu, querendo enviar alguma mensagem à alguém, que está em alguma ponta deste Oceano esperando por respostas. E ali eu parei também.



Está chegando a última semana da casa dos 20, a partir de então, minha contagem passa a ser na casa do "décimo", dezenove semanas, dezoito semanas, dezessete...

Muitos exploradores cruzaram o Oceano em busca de descobertas, eu cruzei para descobrir a mim mesma, e agora quero cruzar de volta para descobrir como será a vida com um "novo eu".




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

F*deu

Cheguei no ponto em que: f*deu.
Devo ter caído no poço, ficado tonta com meus sentimentos.
Eu só sei que sinto, e que é forte, porque me dói o peito.
Às vezes eu me esforço para parar de sentir, e sinto mais.
Mesmo sabendo que não devia, eu fui atrás, e ao invés de encontrar as respostas, mais perdida ainda eu fiquei.
Levei as mãos a cabeça e ali fiquei um tempo, sem entender, sem saber no que pensar. Meu cérebro ficou vazio por um instante, mas cheio de coisas ao mesmo tempo.
Escrevi um rascunho de e-mail, tanto que eu queria dizer. Mas sem saber se devia dizer, não é hora, não é certo, não é o momento.
Mas eu queria explodir, queria que o mundo soubesse, queria embarcar, só não queria ter esse medo de me arrepender depois.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Gentileza gera...?

Eu nunca fui uma pessoa de ter "inimigos", mesmo que houvessem pessoas com quem eu não me desse tão bem, nunca usei isto como um motivo para tratar pessoas mal... mas não é todo mundo que tem a cabeça assim...

Dizem que gentileza gera gentileza, dizem que gera gente lesa. Às vezes sim, às vezes não.
Largando tudo pra trás (na teoria), e vindo para uma terra onde boa parte dos imigrantes estão sozinhos e dependem de um pouco de gentileza, eu aprendi algumas lições importantes sobre essa questão.



Gentileza gera gentileza, quando se tem um coração bom. Pra mim, gentileza é uma grande corrente que precisa ser levada a frente. Trabalhando como garçonete pra viver em Dublin, eu consegui perceber o quanto aquelas pequenas gorjetas fazem diferença na minha vida, é um pouco hoje, um pouco amanhã, um pouco depois e no fim da sua semana aquilo já garante umas duas semanas de supermercado. Um gesto de gentileza que veio em retribuição a sua própria atitude de tratar uma pessoa gentilmente, como, a princípio, qualquer pessoa merece ser tratada.
Depois disso, resolvi passar as boas coisas que aconteciam comigo para frente, e desde então, em qualquer lugar que eu paro pra comer, deixo um troco ao garçom, que junto com outros trocos, no fim do mês pode virar uma conta de luz paga.
Conheci um rapaz aqui que não dava gorjetas em restaurantes, mas sempre deixava o troco com o taxista, por o pai dele exercer a mesma profissão. Desta forma, não quero instaurar que todos sejamos a nova Madre Teresa, mas creio que se cada um, de alguma forma, passasse a tratar a vida de forma mais gentil, cada um do seu jeito, várias correntes de gentileza podem correr o mundo. Um dia, aquele garçom do restaurante que comi semana passada, pode vir tomar um cappuccino na minha cafeteria.

Mas gentileza também pode gerar ingratidão... nesta terra onde é preciso a aprender a correr atrás de tudo sozinho, mas onde qualquer ajuda é bem vinda, o sucesso pode subir à cabeça, e a gentileza de hoje pode se tornar amnésia de amanhã, as pessoas podem tratar com indiferença, quem um dia lhes estendeu a mão...
E quando essa pessoa cair de novo e precisar da sua mão novamente... você vai estender? Talvez essa seja uma lição que eu esteja começando a finalmente aprender. Meu coração molenga abre os dois braços na hora, mas vivendo sozinha aqui, fiz um novo amigo: a minha razão, e ela tem me ajudado a entender que a gente não deve sempre estender o braço antes de garantir que temos força o suficiente para nós mesmos primeiro, e que às vezes é preciso passar um tempo no chão para entender a diferença que aquele braço um dia fez na nossa vida e podermos aceitar uma nova ajuda com mais gratidão. Todo mundo vai precisar um dia.

Continuo a não negar minha ajuda a ninguém, pois eu sei que o mundo dá voltas, mas se você um dia me deixou afogar, eu não te darei mais meu salva-vidas antes que eu esteja a salva num barco seguro.

"Fácil pra você dizer, que seu coração nunca foi partido.
Que seu orgulho nunca foi roubado.
Ainda não, ainda não...
Um dia destes, eu aposto que seu coração será partido,
Eu aposto que seu orgulho será roubado.
Eu aposto, 
Um dia destes...
Você esquecerá de ter esperança e aprenderá a temer."


domingo, 2 de agosto de 2015

Comprei.

Comprei.
Comprei, não pensei e comprei.
Depois eu penso...
O cartão estava ali e comprei.
Depois olho o saldo, depois faço as contas.
Comprei como se já fosse semana que vem.
Comprei e já me deu vontade de fazer as malas, de juntar dinheiro, de fazer o roteiro.
Puta merda, comprei!
Agora ao mesmo tempo em que os dias parecem passar como uma contagem regressiva, eles nascem me trazendo uma necessidade urgente de aproveitar ao máximo!
Comprei sem conversar com ninguém, sem saber se é a coisa certa ou não.
Mas afinal, sabia eu se vir para Dublin era a coisa certa? Quantas vezes não me questionei antes de chegar??

Depois... O que será que tem no depois?
Como eu estarei no depois?
Será que eu mudarei daqui há alguns meses quando o depois chegar?
Será que continuarei querendo as mesmas coisas no meu desembarque do que quero agora?

Vocês podem não estar entendendo... Comprei minha passagem de volta para o Brasil. Sem volta. Um trecho apenas. A vida ainda tentou me dar um "peraí"... me obrigando a escolher uma data de retorno à Dublin, mas lá no cantinho, eu finalmente achei, bem pequenininha a opção "One Way".

Minha experiência aqui já é transformadora, meu Deus, tantas coisas que mudaram, tantas que se reafirmaram, que loucura. Mas, eu preciso voltar para certas coisas.
Quando resolvi fazer essa viagem, pensei que não tinha nada que me amarrasse no Brasil. Mas aqui, descobri que tenho mais amarras do que imaginava... ainda bem que são amarras de amor (eu espero).
Quando saí do Brasil, deixei braços estendidos sentindo a falta que eu faria. Os braços continuam abertos, aguardando meu abraço e me puxando pra perto deles a cada dia que passa.

Eu comprei, são quase 2 das manhã, noite de Lua Cheia no portal de Leão. Não deve ser em vão. Aqui nesse coração acelerado (que deve estar batendo no mesmo ritmo do Heavy Metal que estou ouvindo), eu sinto... tem uma vida maravilhosa me esperando lá. Eu sei! Não existe outra possibilidade.
Foi pensando nisso que eu... comprei!



"We are coming home,
we are coming home,
Light a fire
We are coming home.
We'll write it down
We'll write it all down.

And we dance along the finest line
Between the chance of time of our lives
And wishing you were done
Oh no, gotta run."


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Até onde sonhar?

Sempre fui o tipo de pessoa que conhecia alguém e já imaginava o nome dos filhos, ou que já planejava todas as coisas que iria comprar antes mesmo do salário cair. Pior ainda, sempre fui aquele tipo de pessoa que mandava uma mensagem já pensando na resposta e sabendo a tréplica que eu daria! É capaz de eu já ter imaginado mil diálogos com você aí que tá lendo e você nem imagina.
...E o que sempre acontecia? Nada do que eu havia planejado!
Uma vez, estava saindo com um cara havia um tempão... tipo, muito! Mais de um ano! Surgiu a ideia de fazermos algo juntos e eu tinha ficado de pensar; no dia seguinte, me decidi a ir, planejei tudo e... quando falei com ele... ele disse que era melhor pararmos de sair. A única alternativa que eu não tinha pensado.
Mas nem sempre era algo ruim (só na maioria), convidei esse mesmo rapaz para minha festa de aniversário, assim... por consideração/educação, ele não me confirmou nada e apareceu lá, sozinho sem conhecer ninguém, e disse que estava muito feliz em me ver naquele dia <3 awwnnn...="" p="">
A questão que quero levantar é que a vida tem uma tendência muito forte em me quebrar as pernas, me surpreender e me fazer lidar com uma situação que não estava entre as 430 alternativas que eu jã tinha pensado; O que não é ruim! É ótimo para uma pessoa como eu que adora desafios, e mostra que a vida pode mudar a qualquer momento... mas a parte ruim disso é que passei a ter um certo medo de sonhar...
Medo de sempre imaginar coisas maravilhosas e acabar quebrando a cara.

Tive uma fase então, de tentar pensar em alternativas ruins para os meus sonhos, pra tentar me forçar a me surpreender com qualquer coisa boa que viesse a acontecer, mas aí veio o medo de atrair coisas ruins através do meu pensamento "negativo". Já passei por uma fase paranoica em que gostava quando eu "morria" no joguinho, porque falta de sorte no jogo é sorte no amor.
A verdade é que é difícil controlar minha mente sonhadora, meu coração amoroso que se acelera agora. Nasci para pensar pra frente, talvez essa seja uma das razões pela qual minha cabeça seja um pouco mais além da minha idade... minha vontade de ver o futuro acontecendo logo.

Hoje eu não te digo que tenho os pés mais no chão, tenho mil coisas que sonho pra mim, já me imaginei nas mais diversas situações, tenho diversas expectativas pro futuro, mas quando me vejo mergulhada demais no meu sonho, sorrindo ou chorando por algo que nem aconteceu, e eu nem sei se vai acontecer, tento me distrair, fotografo as flores, troco a música... e tento pensar na beleza que a vida é hoje... só sonho que o futuro seja igualmente bonito. <3 p="">

"Um pouco de pressa, querida
Para sentir-se tonto, para inviabilizar a mente de mim
Basta um pouco de silêncio, querida
Nossas veias estão ocupadas, mas meu coração está em atrofia
Qualquer maneira para distrair e acalmar
Adicionando sombras às paredes da caverna"
Hozier - Sedated





terça-feira, 28 de julho de 2015

Ontem.

Ontem, uma das minhas inspirações veio me visitar para um encontro que não estava previsto, que acabou com qualquer possibilidade de deixar este assunto enterrado nos meus vinte e quatro, muito pelo contrário, só trouxe águas novas para rolar e muitas perguntas a serem feitas nos vinte e cinco.
Eu, que estava tendo um dia tranquilo, de repente cantava e ria mais que o normal das piadas bobas que eu assistia pelo computador.
            "Céus, acho que estou alegre demais, não consigo disfarçar pra mim mesma."

Como nos velhos tempos, ajeitei minha maquiagem (seria nosso primeiro encontro depois de tanto tempo, não apareceria de qualquer jeito, né mores?) ao mesmo tempo em que a minha visita se dirigia até nosso encontro, e parece que o oceano ficou do tamanho de uma poça d'água; a mesma que dá cara ao inverno de São Paulo e anuncia que o verão em Dublin está nos seus últimos suspiros.
Uma sensação muito estranha de que seria tudo da mesma forma, que sairia de casa e as ruas de São Paulo estivessem do lado de fora do meu portão.
Quando nos encontramos, o sono foi embora. Risadas, piadas sem graça, lembranças, esclarecimentos, algumas frases que escaparam e responderam várias perguntas e... alguns segundos de constrangedor silêncio vieram. A minha sorte é que no Skype eu preciso olhar para a câmera, olhar nos olhos naquela situação, além de me deixar com uma cara de idiota na tela, me mataria (assumo).
Também veio uma vontade enorme de ficar a sós, mesmo que nada tão proibido fosse ser dito, mas estamos em um encontro aqui, com licença!
       - Acho que esse encontro me ajudou a me acalmar.
       - Acho que não, acho que você vai querer encontrar sempre.
       - É o que você acha, né?
       - Sim.
       - Mas é algo que você não quer...?!

Será? Acho que a resposta veio ao cair da noite.

"How do you feel? That is the question.
But I forget, you don't expect an easy answer.
...
You can't expect a bit of hopes.
So while you're outside looking in,
describing what you see,
Remember what you are staring at is me.
...
How much is real? So much to question.
An epidemic of the mannequins,
contaminating everything,
when thought came from the heart."

Depois que o encontro acabou, olhei para o chão e lá estava toda a minha armadura desmontada, minha capa que me torna intocável também estava lá, eu era exatamente a mesma pessoa que não conseguia levantar a cabeça pra conversar há pouco mais de um ano atrás.



Fui dormir, digo... fui deitar. a frequência das batidas no meu peito e dos pensamentos na minha cabeça não me deixavam dormir... uma música talvez? Vocês sabem que Shuffle Player é uma coisa do capeta, só toca aquelas músicas pra aprofundar ainda mais o seu humor, até que você por vontade própria acaba só ouvindo aquele tipo de música.

"But I can't explain just how I feel.
Out of my heart and into my soul."

Sei que me encolhi num canto da cama até que pudesse caber perfeitamente outra pessoa lá, me virei pro lado vazio e ali eu beijei o ar na minha imaginação, e senti o beijo, e senti o abraço, e ali eu adormeci.



Hoje.

Hoje acordei e não pensei em nada daquilo que tinha acontecido ontem, então dei por mim que já tinha passado, mas sentei para começar a escrever este texto, lembrando de todos os que larguei pela metade por preguiça de levantar da cama pra escrever, e ao começar a escrever o texto,subiu um pequeno arrepio do dia anterior, mas passou! Só que no decorrer do dia, me pegava sorrindo sem motivo (com motivo), e agora ao digitar essas palavras, me coça a garganta.
Eu penso se isso vai se repetir, se não é uma recaída boba, se vai acabar, quando vai acabar, como vai acabar.

Amanhã.

Amanhã eu não sei, não sei quanto tempo vai levar para chegar o amanhã, quando eu dei por mim, já era o dia de embarcar para Dublin, os primeiros seis meses passaram-se como um flash, e eu aqui pensando que já é quase Agosto, próximo mês já é Setembro, depois já é Natal e hora de voltar pra casa.
Eu não sabia o que me esperava ao vir pra cá, continuo não sabendo o que me espera para voltar. Mas talvez, numa partezinha da minha cabeça, nessa mesmo que está doendo agora, esse cantinho do lado esquerdo, eu tenha uma leve ideia do que eu queira que aconteça.

"Between me and you...
I've been thinking about the future and..."






domingo, 19 de julho de 2015

O Número 25.

Desde o dia em que completei meus vinte e quatro, a vida tem sido uma assustadora contagem regressiva para os vinte e cinco.
Vinte e cinco. Serão dez anos desde que eu tinha quinze, que eu começava a me entender por jovem, e tanta coisa que eu poderia ter mudado desde lá. 

Penso em tanta coisa que já mudou, no quanto eu já mudei, em como passei da garota boba que era zoada na escola por ter cabelos cacheados a uma mulher madura (poderia ser menos) com incríveis nove anos desde seu primeiro emprego (o que me orgulha muito) e que sai desfilando sua jubona enorme por aí.
Vinte e cinco anos, um quarto de século, que idade mais estranha... Parece um número tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo... Por um lado, sinto que devia ter feito tanta coisa que deixei de fazer e agora já não tenho mais tempo. Por outro lado, penso em todas as milhares de coisas que quero/preciso fazer antes que cheguem os trinta (agora é um caminho sem volta, né migos?).
Vinte e cinco anos e lembro de cada coisa impublicavel que fiz nos últimos dois anos e que me fazem pensar em como um ano é suficiente para se fazer valer a pena, para se provar de tudo, ou para se mudar uma vida. Vinte e cinco e eu penso na pressão que a sociedade faz sobre a minha condição de mulher aos vinte e cinco: "Já está na idade de casar", "não pode ter filho muito velha", "já tem que começar a usar creme anti-idade", e isso tudo por um momento me faz pensar que tenho tão pouco tempo para tudo isso, mas depois... só penso no quanto sou jovem ainda aos vinte e cinco para encher minha cabeça com esse monte de besteiras.
 
Vinte e cinco e tudo o que eu quero é deitar no parque e ouvir a minha música, vinte e cinco e eu tenho uma lista de shows de rock para ir até o fim do ano que me motivam a trabalhar só para comprar ingressos como uma adolescente rebelde. 
Vinte e cinco e eu só penso em como eu me imaginava aos vinte e cinco quando tinha quinze, e como eu não fiz metade do que planejei, como a vida vem sendo uma descoberta a cada dia, o que me faz chegar aos vinte e cinco sem a menor ideia do que esperar do futuro, mas com os braços e a cabeça muito mais aberta do que eu tinha antes. 


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Não nasci para namorar.

Tem gente que nasceu pra cantar... Tem gente que definitivamente não...
(Roberto Justus, My Way não é pra você!)

Tem gente que nasceu para Exatas, tem gente que se desespera quando vê uma equação com X.
Tem gente que nasceu para falar de amor...
...eu...tento!

Já repararam como tem gente que nunca fica solteira? Emenda namoros em namoros, ou troca de namoro ao menos umas três vezes ao ano. 
Pois bem... eu... não nasci para namorar. Nasci para nadar na praia, nasci para fazer Turismo, nasci para curtir um rock, não nasci para cozinhar... nem para namorar.
Não, não... Não sou infiel ou insensível, muito pelo contrário... Só não tenho talento para isso ou a vida não quer que eu namore, sei lá... e não estou me lamentando não! Já lamentei bastante, mas agora eu aceito!

Eu já tentei sim, e já namorei inclusive! Há oito anos (caraca!), e era ótimo, nós gostávamos demais, nunca brigamos, mas terminamos sem justificativa, sem discussão, porque era para acabar mesmo. Hoje em dia a vida nos levou para caminhos diferentes, então talvez teria um fim de qualquer forma... E tudo bem! Ele dizia que eu ainda viajaria muito e que eu fui uma das melhores coisas que já lhe aconteceu, não vou esquecer nunca quando ele me disse que me conheceu ainda menino e eu o transformei num homem, isso pra mim foi a glória.

Depois disso, tive alguns "quases", o primeiro veio através de uma garota da minha classe: "tenho um amigo que é a sua cara! Adiciona o msn dele aqui ó" e me deu um bilhete com o endereço. Loucura! Mas nos demos muito bem e foi muito bom, saímos pela primeira vez numa virada de dia dos namorados, inclusive. Aí ele passou a ficar meio deprê e não queria mais sair de casa... Até que a verdade veio... uma pessoa que ele gostava no passado resolveu dar bola justamente quando estávamos juntos... e ele foi. Não foi culpa minha, não fiz nada errado, nem deixei faltar algo, alguém simplesmente estava na fila primeiro. Eles namoraram, o namoro acabou, voltamos a nos falar, ele disse que ela era louca e que se arrependia do que havia feito comigo... ¯\_(ツ)_/¯ .

"Vá, se quisereu nunca tentei impedí-la sei que há um motivopara tudo isso, você está se sentindo tristea culpa não é minhavocê não poderia ter me amado maisnão poderia ter me amado maisnão poderia ter me amado."*
Depois veio o segundo, nós conhecemos na minha balada preferida, na véspera do seu vestibular... ele ligou no dia seguinte e por mais um ano... Mas me intrigava, sumia e aparecia e me deixava maluca... Acho que era isso que me encantava nele e era capaz de ele saber disso. Talvez por isso, por ele fiz loucuras, mas depois de mais de um ano reparei que eu o namorava e ele não... continuava namorando a vida mesmo. Ele foi deveras bacana, quando me viu numa rua sem saída, disse que não poderia me dar o que eu queria, e era verdade, eu sabia disso, só precisava ouvir.Anos se passaram e eu contei a ele as loucuras que fiz, ele ficou surpreso e honrado, acho que continua solteiro (é difícil decifrar a misteriosídade intrigante dele), sei que está estudando muito ainda, sumindo, voltando e intrigando, talvez não tenha nascido para namorar, assim como eu.
Por esse fiquei muito mexida, então resolvi acrescentar esse motivo na minha lista de razões para me mudar para a Irlanda, como uma fuga dos meus sentimentos. 
Em meio a reflexões e caos, comecei a analisar e notar que as garotas que faziam as coisas mais erradas eram as que tinham os namorados mais bacanas. Tentei agir assim, mas isso não faz parte de mim, me apaixonava na primeira mensagem mais carinhosa.Nisso, conheci o terceiro, um romance cheio de liberdade, modernidade e muito carinho, mas eu estava de viagem marcada e ele não soube lidar e me largou, depois se arrependeu e quis dar um jeito de me segurar, ficou louco, disse que quando eu voltasse, seria dele de qualquer jeito, fiquei realmente com medo de um sequestro ou coisa parecida, caso eu não tenha nascido mesmo para namorar, dessa vez eu agradeço! Eu hein! 
Quando já tinha desistido dessa vida, conheci o quarto e nossa... Com o quarto foi tudo tão perfeito... Mas novamente minha viagem marcada fez ele trocar os pés pelas mãos e tudo acabou da pior forma possível. Sei que não foi culpa minha, mas foi assim, e ele continua enviando mensagens com saudades e dizendo o quanto sou sensacional. 
"fique se você quiser...eu sempre espero para ouvi-lo dizer que há um ultimo beijo.para todas as vezes que você fugiu assim, a culpa não era minha.Você não poderia ter me amado mais,não poderia ter me amado mais,não poderia ter me amado..Eu não poderia tê-lo amado maiseu não poderia amá-lo maiseu não poderia amar..."*
Eu tentei, eu tentei por várias vezes, mas hoje penso que talvez eu simplesmente não tenha nascido para namorar. Talvez tenha nascido para ensinar uma lição de amor para cada um que cruzou o meu caminho, talvez eu tenha nascido para viver meus romances e transformar as dores em textos doces para aliviar as dores dos outros. E tudo bem! Eu amo o que faço! Então vou namorando a vida, fotografando as flores**, namorando minhas músicas, guardando meu amor para me enamorar***. Hoje, acho que vou colocar minha melhor roupa e me pagar a melhor cerveja no meu Pub favorito para fazer meu próprio feliz dia dos namorados, eu mereço! Todo mundo merece! 

*Trechos da música "End of the World do The Cure http://youtu.be/AlCppz0UVR8
** Eu fotografo flores mesmo, tenho uma conta no Instagram para isso! www.instagram.com/florescoreseamores
*** Veja meu texto do dia dos namorados de 2014! "Enamore-se!" http://caosprimitivo.blogspot.ie/2014/06/enamore-se.html?m=1

sábado, 6 de junho de 2015

Meus torrões de açúcar.

Dentre tantos desafios da vida, me vejo obrigada a encarar um dos mais difíceis que eu nem sabia que existia: O encaixe. Encaixar-me nos grupos que a vida me coloca com as minhas singularidades. Encaixar meus novos grupos nas minhas particularidades.
Quando somos obrigados a encarar um novo grupo, descobrimos que nossas pequenas diferenças fazem toda a diferença.
De repente gostar de rock te transforma num frequentador de cemitérios, adorador do demônio, preconceituoso com outros estilos musicais e te restringe a apenas ser fã de heavy metal e ouvir "rock pesado", ser vegetariano te transforma num chato que não pode comer nada, fumar um baseado te transforma num drogado.
E não me isento desta culpa de ter alguns conceitos prontos na minha mente (e nem você, todo mundo tem, infelizmente, você sabe!) mas fico feliz de ter quebrado alguns tantos outros. :)

Mas durante a vida, temos que sair e entrar em diversos grupos, destes grupos, algumas pessoas ficam e outras vão... como se passássemos um punhado de açúcar numa peneira, todo o açúcar se vai e os cubinhos maiores ficam. Saímos da escola, fomos para a faculdade, colocamos mais um punhado de açúcar na nossa peneira. Encontramos um emprego, e... mais um punhado de açúcar...e nossos amigos, aqueles que se encaixam perfeitamente nas nossas diferenças, vão ficando, adoçando nossa vida. Aqueles que entendem que um dia você vai querer ficar em casa e que no dia seguinte você pode querer usar todas as horas do seu dia. Aqueles que ficam dias sem falar conosco, e voltam com saudades e o mesmo sentimento de amizade de antes, ou aqueles com quem falamos todos os dias e o assunto nunca acaba. Aqueles que se encaixam na nossa vida e nos dá vontade de nos encaixar na vida deles.




Entrei na faculdade e ganhei amigos que vem ficando mesmo 5 anos depois, simplesmente porque morávamos perto e descobrimos que tínhamos tanto em comum... A faculdade me trouxe um emprego, e o emprego me trouxe amigos que vem ficando por mais dois anos simplesmente porque gostávamos de comer coxinha no centro, e de tanta coisa em comum, os dois anos parecem cinco. Eu vivi a vida, e vivendo ganhei amigos que vem ficando por dez anos, simplesmente porque não gostávamos da mesma banda em comum e anos depois, nos vimos juntos sentados na beira da praia falando da vida. Continuei vivendo e ganhei amigos que vem ficando por nove anos, porque éramos adolescentes e gostávamos da mesma banda de rock, e mesmo depois dos anos terem passado, dos gostos terem mudado, continuamos amigos porque nossas semelhanças nos une e nossas diferenças nos faz aprender e abrir a mente.
Sou uma pessoa tão afortunada, que alguns destes amigos que ficaram na minha peneira, mesmo não tendo a mesma origem, mesmo tendo outras diferenças entre si, um dia se encontraram, em alguma festa minha de aniversário, e amigos ficaram também. Sou tão afortunada que consegui criar uma família de amigos.

Mas um dia resolvi jogar tudo para o alto e vir para o outro lado do oceano. E aprendi que quando se sai de um emprego, os amigos de verdade continuam lá, quando se larga um curso, os amigos de verdade continuam lá, mas quando se vem para longe... os amigos continuam lá, mas não aqui... E aqui vou seguindo, por muitas vezes me sentindo invisível enquanto a vida e as pessoas correm ao meu redor
Quando eu era mais nova, minha mãe me dizia que eu tinha que parar de chamar todo mundo de "amigo", e eu entendo hoje o porque... aqui eu aprendi que fazer amigos... meu amigo... não é fácil.

Não é fácil começar uma turma do zero, não é fácil se encaixar numa turma pronta, não é fácil encontrar alguém com as mesmas singularidades que você, ou com a paciência necessária para entender e aceitar suas diferenças. Não é fácil. Não está sendo fácil. Fácil é conhecer gente, fácil é encontrar pessoas nos bares, fácil é adicionar contatos novos no Facebook, mas carregá-los para o resto da vida, não é. Amizade é uma conexão de almas, uma conexão de corações e esse encaixe não é tão fácil quanto eu achava que fosse.

Sei que eles estarão me esperando quando chegar o dia da minha volta, mas só meu coração sabe o quanto eu queria que eles estivessem aqui comigo agora...





sexta-feira, 22 de maio de 2015

Não te amo mais! (?) - Lenços de Papel

Não te amo mais, mas...
Depois que tudo aconteceu e troquei de endereço, resolvi fugir para sempre.
Excluí de mim os registros seus, já que tua nova vida me torturaria. Excluí de ti os registros meus para que não tivesses notícias minhas; não soubesse do meu começo difícil, das noites em que chorei achando que tudo daria errado, nem das pequenas conquistas que o tempo trouxe, como os pratos novos que aprendi a fazer. Você ficaria muito feliz de saber o que me aconteceu na ultima semana, mas melhor não...
Não te amo mais, mas... vesti minha capa de arrogância para cada vez que você viesse atrás de notícias, e do outro lado da linha eu me divertia por ter superado mais este dia.
Não te amo mais, mas... por dentro me doía a cada mensagem recebida, e eu de tudo me esquecia para elaborar uma resposta estrategicamente enquanto daqui eu tentava imaginar o que você sentia ou de que recordava enquanto me escrevia... E quando você demorava a vir, eu até sentia falta.
Não te amo mais, mas... confesso que já me esforcei para mostrar-te a parte feliz da minha nova vida, mas este é um hábito moderno que nossa geração aprendeu a ter.
Não te amo mais, mas... comprei ingressos para um show, e passei alguns dias tentando decorar a letra de uma canção na qual o vocalista cantava com orgulho que já não amava mais seu ex amor, só para que eu pudesse cantar com mais fervor na platéia, e talvez "acidentalmente" filmar um trecho do espetáculo estrategicamente durante essa canção. Só parei de perder meu tempo com isso quando me dei conta que talvez o autor da canção ainda amasse seu ex-amor para escrevê-la, por que não escrever uma canção de amor a sua nova parceira ao invés de um discurso de superioridade e arrogância ao amor que supostamente acabou? 

Não te amo mais, mas... já vi nas vitrines vários presentes com a sua cara, e lamentei por não ter motivos para comprá-los (ao menos economizei uma boa grana!).
Não te amo mais, mas... ontem, talvez não por acaso, encontrei jogado um pacotinho de lenços de papel ainda pela metade; coloquei em meu bolso para deixar em algum canto e ele acabou indo parar na minha casa, então o guardei na bolsa, que comprei durante uma viagem que não quis te contar que fiz. Nunca usei lenços de papel, mas vai que... Espaço eles não iam ocupar mesmo...
Hoje na escola, estamos tendo uma sessão de cinema na classe, o filme parece bem interessante, mas em um minuto de tédio, folheei escondida as páginas do livro que estou batalhando para ler, o narrador descrevia um casal que pareciam uma só pessoa com quatro braços e duas cabeças de tão próximos que estavam um do outro enquanto assistiam um programa de culinária e tomavam chá no sofá da sala, eu confesso que pensei em você... e não vi a minha imagem ao teu lado no sofá, vi outra pessoa..., mil lembranças rondaram minha cabeça e sem que eu percebesse, lágrimas quentes e silenciosas correram pelo meu rosto. Olhei no fundo da bolsa e lá estava o meio pacote de lenços de papel, agora eles estão aqui silenciando meu choro enquanto sento aqui no fundo da sala, ignorando o filme devido a minha necessidade imediata de por essa melancolia pra fora, lamentando minha recaída. 

Não te amo mais, mas... escrevi tudo isso no meu caderno a tinta preta, sem uma rasura ou pausa, pois as palavras fluíram naturalmente do meu coração. 

Não te amo mais, mas... mesmo sabendo que um dia ou outro você vai acabar lendo esse texto, resolvi me expor do mesmo jeito. Por mais que eu tente, não levo o menor jeito para joguinhos de amor e mistério. E talvez você esteja lendo justamente por não me amar mais, mas...

Não te amo mais, mas... talvez eu ame sim, eu só não amo te amar como amava antes.

Quando precisamos nos afirmar que não amamos mais alguém, é a prova de que ainda amamos. Quando não amamos, simplesmente esquecemos. 

Não nos amamos mais, mas... Também não nos deixamos ir.








terça-feira, 28 de abril de 2015

Meus brincos dourados.

Meu saquinho dourado de brincos tem muitas histórias para contar.
Há brincos ganhados em protesto à minha antiga comodidade em usar as argolas de sempre; há brincos comprados em um ataque de futilidade e um salário cheio na conta, há brincos ganhados em solidariedade aos meus brincos que enroscam nos meus cabelos e caem. 

No último domingo, resolvi ir à uma festa e finalmente voltar meus olhos para mim, roupa nova, cabelo trabalhosamente feito, uma maquiagem diferente... A ultima coisa que me faltava escolher foi a cereja do bolo... Os brincos, que já estavam enchendo-se de pó no meu saquinho dourado abandonado.
Peguei os maiores e mais brilhantes e os coloquei, o peso das más recordações envolvidas naquele par fizeram minhas orelhas pesarem. Então peguei um pequeno par de brincos dourados em forma de leão e os coloquei. O amor com o que eles foram me dados me envolveu e senti ali um abraço. 
Os brincos que você me deu aproveitaram a festa, dançaram, perderam a timidez e conversaram com desconhecidos, parecia até que você estava comigo aproveitando a noite. Eles eram tão pequenos e delicados que continuaram na minha orelha por mais dois dias sem que eu percebesse. Dormi e acordei e eles permaneceram sem me incomodar. 
Hoje, terça-feira, fui para a minha rotina de atender mesas e servir cafés com os pequenos leões dourados nas orelhas. No primeiro "olá" que disparei para uma colega, recebi em resposta um elogio aos meus brincos. Mais alguns minutos e até mesmo a mais fria das garotas se derreteu aos encantos dos meus brincos "que bonitos! São leões?". 
Algumas horas e inclusive duas senhoras me pararam para elogiar, logo após eu ter servido seus cappuchinos e suas tortas "que lindos brincos! São de ouro?".
Ouvi com atenção a cada uma dessas pessoas e respondi-lhes com carinho e muito orgulho: Obrigada, são presentes da minha melhor amiga!" 
Respirei fundo, fui ao banheiro e me vi no espelho com o par de leões nas orelhas, segurei os olhos mas não consegui evitar que algumas lágrimas rolassem. Respirei novamente e tudo já estava bem, pois de um jeito ou de outro, era você que estava comigo. 

De todas as saudades que tenho, a saudade de você é uma das que mais me aperta o coração.
Em todos os momentos de fraqueza, minhas lembranças das suas palavras sempre prontas a me ajudar e do seu abraço que certamente viria logo em seguida, me acalmam e me acalentam.
Em todos os momentos de alegria, penso na felicidade que seria ter você rindo ao meu lado e compartilhando desses momentos.

Aqui do outro lado do oceano, me falta alguém que me entenda com o coração, me falta alguém que possa me acompanhar em qualquer lugar que seja e que vai se divertir comigo de uma forma única, me falta alguém que incrivelmente sente quando eu preciso de ajuda e vem me oferecer um abraço sem nem saber o motivo da minha tristeza, você simplesmente sempre sabe. Mas sei que tenho um pedaço de ti aqui, e sempre que eu colocar meu par de leões dourados, você estará comigo e tudo vai ficar bem.